domingo, 14 de agosto de 2011

Folhetim VII (FIM)


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Logo, ex-isto, como já disse alguém. Estava agora bastante claro para mim que o moço que fazia as muitas anotações naquela caderneta era também inventado. Só podia. Ali ele não falava, como já mencionei aqui. O processo parecia elementar: ele ouvia a história do velho e depois inventava tudo, como se fosse dele a invenção do mundo. Digo que ele também era inventado porque o mundo já estava ali, ele no meio. O labirinto era o mundo (do velho) dentro do mundo (do moço copista) dentro do mundo (de quem?)...

Eu vendo, lendo, vivendo, reconheci aquele espaço como meu, uma história mil vezes contada e de novo contada. O tempo suspenso na dimensão do mito. A matéria vertente na mente do observador. (FIM)

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