terça-feira, 17 de janeiro de 2012

17 de janeiro, domingo

Lembro-me daquele 17 de janeiro de 2011, de dentro do carro, numa tardezinha de domingo, olhando para o parque, cansados, quando tentávamos um recomeço no meio de tanto sofrimento, depois de várias horas de muito choro. Ela me disse, de repente: "Engraçado, depois de tanta dor e desespero pelo que passamos durante o ano, agora, aqui, tenho o sentimento de que está tudo igual, como sempre foi, que nada mudou". Para mim, tudo continua assim, nada mudou: como não havia mudado, não mudou nada depois. Sei que nascemos e morremos todos os dias, "todo homem ressuscita ao primeiro dia" (JGR), mas há mortes e mortes, e uma está dentro da outra e ambas compõem o ciclo do mistério da vida humana. Eu sigo, nascendo e morrendo a cada dia, na esperança de reencontrar minha vida de novo.

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